Os estudos e discussões sobre a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais em escolas ditas ‘regulares’ vem ganhando maior dimensão nos últimos tempos. O conceito de inclusão vem sendo discutido sob diferentes perspectivas e enfoques teóricos.
Atualmente contamos com uma mobilização muito grande por parte da sociedade em relação a inclusão escolar. Podemos dizer que socialmente já temos um novo olhar frente às diferenças humanas, elegendo-as como um valor a ser assumido por todos, partindo do princípio de que a principal característica do ser humano é a pluralidade, e não a igualdade ou a uniformidade. Assim, crianças que apresentam diferentes déficits, sejam eles temporários ou crônicos, graves ou leves, devem ser inseridos no ensino regula.
Inclusão na Escola não é simplesmente “Incluir o aluno” e muito mais é receber, acolher, cuidar, amar, proteger e ensinar tanto por parte dos profissionais quanto por parte dos alunos e da sociedade.
A simples aceitação das diferenças e a oportunidade de acesso á classe comum não determinam nem contribuem de forma consistente para a elaboração do Projeto Político Pedagógico e não asseguram a inclusão escolar dos alunos com acentuadas necessidades educativa especiais.
Nós educadores precisamos entender que a inclusão na Escola não é uma mera teoria da moda, mas uma atitude de vida; uma expressão de sociedade e cidadania; uma compreensão de que todos os seres humanos são humanos e como tais devem ser tratados e respeitados; enfim, é um caminho para o sempre, para o infinito, para o eterno transformar, porém sabemos que é um caminho árduo e longo.
Um dos maiores erros que nós educadores podemos cometer é de acreditar que trabalhar a inclusão seja tarefa fácil ou se resuma na adoção de uma ou de outra situação de aprendizagem. O trabalho com a inclusão é uma questão extremamente ampla e que envolve valores e preconceitos arraigados em nossa cultura e internalizados em nossa mente. Precisamos ver a inclusão como um trabalho verdadeiramente sério, que implique em projeto de estruturação progressiva, transformações e mudança significativa.
Devemos lembrar que a inclusão não se limita a colocar a criança dentro da escola, é preciso que ela consiga interagir, de acordo com suas potencialidades, com outras crianças. Uma criança surda que fica isolada na escola, por exemplo, não está inserida: a exclusão fica reeditada no próprio ambiente escolar. Quando falamos que a inclusão implica em transformação e aceitação de si mesmo para, depois, atingir a outros. Como podemos dizer que vamos acolher o aluno com necessidades especiais se não conseguimos lidar saudavelmente com as diferenças inerentes à própria existência humana?
Por mais que a inclusão na escola, seja uma proposta já existente e muito discutida socialmente, ainda percebemos que muitos professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda, despreparados e impotentes frente a essa realidade que é agravada pela falta de material adequado, de apoio administrativo e recursos financeiros.
Deparamos constantemente com professores aflitos e por falta de formação ou até mesmo por preconceitos e estigmas, frustrações e medo acreditam que não são capazes, ficam sem ação frente ao aluno, fica perdido querendo receitas prontas de metodologias e avaliações, porém a inclusão não é motivo para frustrações, mas sim motivo para aceitar, amar, entender, conhecer, valorizar e aprender junto.
Toda criança tem potencialidade de aprender dentro das suas limitações e tem muito que nos ensinar também. Na educação inclusiva não há mais a divisão entre ensino especial e ensino regular; o ensino é um e o mesmo para todos, respeitando as particularidades, as diferenças. Trata-se de um ensino participativo, solidário e acolhedor.


Fontes de Pesquisa:
INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Jul/2006.
ALTAS HABILIDADES / Superdotação Encorajando Potenciais
Angela M. R. Virgolim Brasília, DF 2007
http://www.comciencia.br/reportagens/2005/12/06impr.shtml

Autora: Lourdes Alves de Souza