ECONTRO ESTADUAL DE ROFESSORES, TUTORES, COORDENADORES E ARTICULADORES DO RPOINFANTIL

O Encontro de Formação inicio as 14 horas do dia 28 de junho com a palestra da Profª Drª Maristela Angott – Da Formação à Atuação Conseqüente de frágeis conquistas para a Educação Infantil

A infância é a fase da vivência e percepção do mundo a partir do olhar, tocar, saborear, sentir e agir. Tudo isso faz parte do universo infantil. Viver a infância é não se cansar de ser criança. É brincar, correr, pular, gritar, cantar... É sempre ter ao lado, adultos responsáveis para cuidar e orientar este ser em formação para a vida adulta. A infância necessita de seres que mantenham; a ingenuidade de ser criança, simplicidade do ser humano e a inocência da vida
A infância está vinculada à sociedade. Afinal, é parte dela, e é no emaranhado de situações que são aí tecidas que ela se constitui como categoria.
Desta maneira, busca-se também refletir mais acuradamente a respeito da infância, das crianças e da educação destinada a ela.
É preciso levar em consideração que em na sociedade vislumbram-se diversas e diferentes infâncias vividas num mesmo espaço e tempo. Ao refletir acerca das crianças e da condição social da infância, afirma que as condições de nascer e de crescer não são iguais para todas as crianças.
Precisamos refletir o que realmente é infância nos dias atuais. Percebemos que as crianças não têm infância pois as mesmas já não te tempo para simplesmente serem crianças, uma vez que estão com suas agendas lotadas de compromissos, aulas de balé, futebol, natação, inglês, computação, judo, assim como a necessidade precoce da inserção no mundo adulto acaba transformando essas crianças em pequenos adultos. No Brasil, a inserção precoce da criança no mundo do trabalho não é novidade, tendo suas infâncias furtadas, passando a ocupar uma posição adversa ao mundo infantil.

Sobre a concepção de infância – coexistem em um mesmo momento múltiplas idéias de criança e desenvolvimento infantil. Essas idéias constituem importante mediador das práticas educacionais com crianças até 6 anos de idade na família e fora dela.
Concepções muitas vezes antagônicas, defendidas na educação infantil têm raízes em momentos históricos diversos e são postas em prática hoje sem considerar o contexto de sua produção.
O cuidado e a educação das crianças pequenas foram entendidos como tarefas de responsabilidade familiar, principalmente da mãe e de outras mulheres. O termo francês creche equivale a manjedoura, presépio. Escola materna foi outra denominação usada para referir-se ao atendimento de guarda e educação fora da família a crianças pequenas.
As idéias de abandono, pobreza, culpa, favor e caridade impregnam, assim, as formas precárias de atendimento a menores e por muito tempo vão permear determinadas concepções acerca do que é uma instituição que cuida da educação infantil.




Educação Infantil

Desde 1996 com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), a educação infantil passou a integrar a Educação Básica, juntamente com o ensino fundamental e o ensino médio. Segundo a LDB em seu artigo 29: “A educação infantil, primeira etapa da educação básica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.
De acordo com a Lei, a educação infantil deve ser oferecida em creches para as crianças de 0 a 3 anos, e em pré-escolas para as crianças de 4 e 5anos. Porém ela não é obrigatória. Dessa forma, a implantação de Centros de Educação Infantil é facultativa, e de responsabilidade dos municípios.
Diferente dos demais níveis da educação, a educação infantil não tem currículo formal. Desde 1998 segue o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, um documento equivalente aos Parâmetros Curriculares Nacionais que embasa os demais segmentos da educação Básica.
Segundo os Referenciais, o papel da educação infantil é o CUIDAR da criança em espaço formal, contemplando a alimentação, a limpeza e o lazer (brincar). Também é seu papel EDUCAR, sempre respeitando o caráter lúdico das atividades, com ênfase no desenvolvimento integral da criança.
Não cabe à educação infantil alfabetizar a criança. Nessa fase ela não tem maturidade neural para isso, salvo os casos em que a alfabetização é espontânea.
Segundo os Referenciais, devem ser trabalhados os seguintes eixos com as crianças: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática.
O objetivo é o de desenvolver algumas capacidades, como: ampliar relações sociais na interação com outras crianças e adultos, conhecer seu próprio corpo, brincar e se expressar das mais variadas formas, utilizar diferentes linguagens para se comunicar, entre outros.
Alguns aspectos previstos nos Referenciais para adequar as escolas de educação infantil às necessidades das crianças são desconhecidos da maioria dos pais, tais como: As escolas devem ter duas cozinhas, uma para as crianças de 0 a 3 anos e outra para crianças de 4 e 5 anos, o espaço físico deve ser de 2 m² por criança em sala, e inclusive deve ter fraldário e lactário independentes da sala de aula.
A ênfase da educação infantil é ESTIMULAR as diferentes áreas de desenvolvimento da criança, aguçar sua curiosidade, sendo que, para isso, é imprescindível que a criança esteja feliz no espaço escolar.

Na seqüência a professora Ana Lucia Nunes da Cunha Vilela, procurou esclarecer sobre Os Métodos de Avaliação e em especial sobre o Projeto de Estudo e sua importância para a formação do Proinfantil.
A professora no intuito de facilitar a elaboração dos Projetos de Estudo, detalhou os passo do projeto e suas funções.
1. DELIMITAÇÃO DO TEMA: escolha sobre o que versará o trabalho
- Requer clareza a respeito do campo do conhecimento a que pertence o assunto;
- Deve determinar o lugar que ocupa no tempo e no espaço.

2. JUSTIFICATIVA: Menciona-se a pretensão do trabalho e seu valor nos seguintes aspectos:
- RELEVÂNCIA CIENTÍFICA: O que essa pesquisa pode acrescentar à ciência?
- RELEVÂNCIA SOCIAL: Que benefício pode trazer à comunidade?
- INTERESSE: O que levou à escolha do tema?
- VIABILIDADE: Quais as possibilidades concretas desta pesquisa?

3. DELIMITAÇÃO E ENUNCIADO DO PROBLEMA:
- Situá-lo no tempo e no espaço, localizando as fontes de origem;
- O problema deve ser formulado de forma interrogativa;
- O problema deve ser claro e preciso.;
- O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável

4. FORMULAÇÃO DE HIPÓTESE:
- Idéia geral a ser comprovada no decorrer da pesquisa;
- São respostas provisórias, anteriores à pesquisa
- Deve ser fundada em conhecimento prévio;
- Deve ser verificável;
- É formulada por uma afirmação;

5. ELABORAÇÃO DOS OBJETIVOS: Os objetivos representam o ponto de chegada em relação ao teste da hipótese e indicam o que é pretendido com o desenvolvimento da pesquisa.
- Objetivo geral: significa traçar as principais metas que nortearão a pesquisa;
- Objetivos específicos: cada objetivo específico atinge um ponto de vista do tema, um ângulo a ser pesquisado.

6. DEFINIÇÃO DA METODOLOGIA: Representa a descrição formal dos métodos e técnicas a serem utilizados na pesquisa. Define os seguintes aspectos:
- O caminho a ser percorrido: métodos de abordagem e método de procedimentos;
- Os instrumentos de pesquisa a serem utilizados;
- Delimitação do universo da pesquisa;
- Delimitação e seleção da amostra

7. REFERÊNCIAS TEÓRICAS:
- Exige capacidade de elaboração própria e espírito crítico;
- Contribui com informações inovadoras , acrescentando algo novo ao conhecimento já existente;
- Requer um levantamento bibliográfico cuidadoso, para analisar as contribuições já expressas acerca do assunto, capazes de esclarecer o fenômeno investigado.

8. CRONOGRAMA:
- É a previsão do ritmo de desenvolvimento da pesquisa, esclarecendo acerca do tempo necessário para cada uma das fases

Nos dias 29 e 30 as professoras, Taciana Mirna Sambrano e Ana Lucia Nunes da Cunha Vilela, junto aos Coordenadores, Articuladores e Professores Formadores de Fundamentos da Educação e Organização do Trabalho Pedagógico, estudaram, debateram e discutiram sobres os temas a serem desenvolvidos na Fase Presencial. Em Fundamentos da Educação neste módulo foram discutidos como base Crianças, Adultos e a Gestão da Educação
Infantil. Durante os estudos procuramos aprofundar temas relacionados às práticas institucionais realizadas na creche, pré-escola ou Centros de Educação Infantil. Como Fundamentos e Organização estão relacionados, procuramos estudar e discutir sempre relacionando as duas disciplinas
A organização do trabalho docente na educação infantil aborda temas como o planejamento e a organização do trabalho pedagógico, conteúdos curriculares, a avaliação da aprendizagem, as alternativas metodológicas como projetos, temas geradores e centro de interesse.
Alguns aspectos são considerados básicos para o planejamento como conhecer o aluno, o conteúdo a ser ensinado, o procedimento a ser desenvolvido, conhecer o processo de avaliação, ter consciência de que a interação professor-aluno é um elemento importante na aquisição do aprendizado e que a dimensão social do trabalho em aula é muito amplo.
O conteúdo curricular envolve regras de convivência, métodos, a história da escola e da comunidade, valores, didática e conhecimento que fornecem noções do que o professor deve abordar no ensino aprendizagem, sendo um meio para concretizar os propósitos da instituição. Este possui algumas características como conteúdos conceituais que dizem respeito ao conhecimento, procedimentais que se referem ao fazer e conteúdos atitudinais que estão associados a valores e normas.
No dia 02 de julho, o Encontro de Formação encerrou o encontro falando sobre a Cultura da infância.




Cuiabá, 02 de Julho de 2010.


Lourdes Alves de Souza- APEI